O Esperado
De entre as brumas e o nevoeiro, D. Sebastião cavalga austero, montado no seu cavalo branco de espada em riste e gritando "Não temei Portugal, o Rei de todos vós regressou para vos salvar de toda a miséria que se abateu sobre Portugal! o esperado o salvador da pátria o regressado, aqui estou eu!"
Ninguém o vê, ninguém lhe liga a esperança já abandonou à muito os portugueses, essa imigrou para melhores paragens e melhores futuros, seguiu em fila indiana atrás de todos os outros que abandonam Portugal em busca de uma melhor vida com mais oportunidades e melhores condições de vida, afinal de contas quem quer ficar num país em que todos vendem a CAIS para sobreviver e ninguém tem dinheiro para a comprar?
Hoje decide-se na assembleia o futuro desta terra de veraneio que aumenta o emprego entre maio e setembro e aumenta o desemprego entre janeiro e maio, num circulo viciante de precariedade em que famílias inteiras vivem a contar trocos e a desejar que o bom tempo chegue mais cedo.
Para já o nevoeiro dissipa-se com os ventos de mudança que se avizinham, eu sei que neste momento Portugal é país com um mal enorme no seu interior, um mal crescente que tem de ser combatido de forma rápida e extrema, se Portugal fosse um ser humano, seria um ser humano com um cancro maligno a alastrar, nos próximos meses receberá doses gigantescas de quimioterapia e radiações fortes que o farão andar fraco e talvez até quase moribundo, mas não morrerá, sairá mais forte, e livre desse extenso cancro maligno que corrói as entranhas.
D. Sebastião pode voltar, não será Rei, ninguém dará por ele, mas pelo menos terá um Portugal melhor daqui em diante, do que teve entre 75 e novembro de 2015.
Eu acredito que sim!
E nem sou assim tão crente quanto isso!